Os segredos da música nova
17,18 e 19 de Maio, 18:30 - Coimbra - teatro Paulo Quintela
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Muitas vezes mal-amada, sobretudo porque, em muitas circunstâncias, rompe com os paradigmas e apresenta alternativas revolucionárias, a música nova estará em foco em Coimbra.
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Lídia Pereira
in: Diário as Beiras, 16 Maio 2006
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Prof. Dr. Pedrosa Cardoso,
responsável pela área de Música da Licenciatura em estudos Artísticos
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Verdade universal e um tanto "lapalissiana", o facto é que só pode gostar-se daquilo que se conhece. O mesmo é dizer que o gosto se cultiva. Válida para cada um dos campos em que a vida se constrói, a máxima encontra expressão plena no que às artes respeita. Por essa razão, também, o Curso de Estudos Artísticos - área de Música - da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC) organizou um programa destinado a desvendar os "segredos" e os "prazeres" da música contemporânea, para decorrer a partir de amanhã, num recital e em dois concertos.
"Musica.3di.Nova" (Três dias de Música Nova), assim se chama o programa a decorrer nos dias 17,18 e 19 - amanhã, quinta e sexta-feira -, conta com a participação de alguns dos mais credenciados grupos de música contemporânea portugueses, com a intenção de sensibilizar para a música contemporânea alunos dos Estudos Artísticos, da FLUC e do público em geral.
A apresentar algumas das obras mais significativas da música nova - com compositores como Jorge Peixinho, Steve Reich, Lou Harrison, Álvaro Salazar, Clotilde Rosa, Christopher Bochmann, Francisco Monteiro e Ivan Moody (numa ante-estreia), o programa será interpretado por alguns dos grandes nomes da música contemporânea em Portugal, caso de Francisco Monteiro (docente da Escola Superior da Educação do Porto e colaborador da licenciatura em Estudos Musicais da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra), do Grupo de Música Contemporânea de Lisboa e da Oficina Musical, do Porto.
Em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, Pedrosa Cardoso, responsável pela área de Música da Licenciatura em Estudos Artísticos, disse que esta iniciativa nasceu da disponibilidade de Francisco Monteiro e cresceu depois no sentido de organizar este programa de três dias, a reunir alguns do grandes nomes da música contemporânea e, indiscutivelmente, os grandes intérpretes portugueses. Que, como destacou o responsável pela organização, virão a Coimbra de forma totalmente gratuita.
Organizado com um "carácter eminentemente pedagógico", mas aberto a toda a Universidade e ao público em geral, como fez questão de salientar Pedrosa Cardoso, o programa, de entrada livre, será apresentado através da imagem e do som gravado (no átrio do Teatro Paulo Quintela), de conferências e de concertos. Quanto às conferência, que irão acompanhar de perto os concertos propostos, pretende-se que vão "ao encontro da necessidade de se aprender a gostar, dando oportunidade a todos para conhecer e descobrir os segredos desta música".
No Teatro Paulo Quintela, na FLUC, irão decorrer as conferências e os concertos (sempre às 18:30), o primeiro dos quais -um recital - com Francisco Monteiro, além de docente também elemento do Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, sendo dos pianistas mais credenciados na execução de música contemporânea em Portugal e tendo apresentado recentemente em concerto a obra integral para piano de Jorge Peixinho.
Seguir-se-á a Oficina Musical, fundada pelo maestro e compositor Álvaro Salazar, um grupo sedeado no Porto, que assumiu nesta cidade a prática da música nova. O programa encerrará com o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, fundado por Jorge Peixinho, a contar já com uma história longa, representando Portugal nos grandes palcos internacionais da música que hoje se faz.