Ciclo de Piano
Domingo, 4 de Maio, 19.00
Grande Auditório
Ivo Pogorelich Piano
Ludwig van Beethoven
Sonata N.º 32, em Dó menor, op.111
Sonata N.º 24, em Fá sustenido maior, op.78
Johannes Brahms
Intermezzo em Lá maior, op.118 n.º 2
Sergei Rachmaninov
Sonata Nº 2, em Si bemol menor, op.36
Este é, seguramente, um dos recitais mais ansiosamente esperados de toda a presente Temporada Gulbenkian, dado que se anuncia uma das mais apaixonantes presenças pianísticas do nosso tempo. Referimo-nos a Ivo Pogorelich, instrumentista cujo nome irrompeu poderosamente e com grande alvoroço no mundo musical no ano de 1980, quando concorreu ao Concurso Chopin de Varsóvia e não obteve o primeiro prémio. Essa “derrota” transformou-se para Pogorelich, como se sabe, numa vitória, pois Martha Argerich, membro do júri, não se conformou – esta grande pianista teceu-lhe um caloroso elogio público, considerando-o um génio, e demitiu-se das suas funções junto do dito concurso em protesto contra o que considerava ser uma gritante injustiça.
Antes desse “escândalo”, Ivo Pogorelich, croata de nascimento, estudara em Moscovo com Evgeny Timakin e com Aliza Kereradze (mais tarde sua mulher), professora que lhe deu a conhecer a tradição da escola Liszt/Siloti. Depois da aventura de Varsóvia em 1980, Pogorelich, soube e pôde afirmar-se como uma das mais apaixonantes presenças do pianismo mundial: provam-nos a sua discografia, repartida por uma imensa série de compositores (de Bach e Scarlatti a Ravel e Prokofiev, passando por Haydn, Mozart, Beethoven, Chopin, Brahms, Liszt e Mussorgsky); provam-no as suas apresentações em grande parte dos mais importantes auditórios do planeta; prova-o o altíssimo nível dos intérpretes com quem costuma apresentar-se (orquestras, maestros e outros instrumentistas).
Depois da época da sua estreia na Fundação Gulbenkian, há já quase três décadas, em que assombrou o público com uma poderosa interpretação do Concerto Nº 1 de Tchaikovsky, que tocou com a Orquestra Gulbenkian, e desconcertou outros pelas suas pessoalíssimas leituras de obras de Mozart e de Beethoven, Ivo Pogorelich passou a ser considerado um intérprete de referência absoluta. De regresso a Portugal, apresenta agora um ambicioso programa repartido pelos universos de Beethoven, Liszt e Rachmaninov.
José Luís Figueira
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