Descobrir a Música na Gulbenkian
Ma Mère l’Oye é, sem dúvida, uma das composições mais encantadoras de Maurice Ravel. Por seu turno, no poema sinfónico Um Americano em Paris, George Gershwin retratou a experiência subjectiva do lado mais boémio da capital francesa temperando-a, no entanto, pelas saudades de casa. Ambas as obras fazem parte do programa que, na presente temporada, dá início ao ciclo “Descobrir a Música na Gulbenkian”, destinado às famílias. Ambas são, ainda, representativas da faceta mais luminosa e amável da criação musical do século XX.
Ravel escreveu inicialmente a sua versão musical de uma selecção de contos de Charles Perrault para piano a quatro mãos, pensando nos filhos de um casal amigo. Orquestrou posteriormente as peças com mão de mestre, envolvendo com refinadas sonoridades o ambiente mágico em que decorrem as aventuras do Pequeno Polegar ou da Bela e e o Monstro, entre outras personagens. O contraste com o poema de Gershwin, que retrata a Cidade da Luz nos “loucos anos 20” é notável. Passamos do requinte dos contos de fadas para a energia e o dinamismo próprios da vida urbana, magnificamente traduzidos para a partitura, tanto em termos rítmicos como colorísticos.
Tal como no concertos dos dias 1 e 2, onde poderão também ser ouvidas ambas as obras, estará frente da Orquestra Gulbenkian o maestro David Allan Miller. Trata-se de uma das figuras americanas de maior destaque na sua geração no que respeita à direcção de orquestra, cujo trabalho, nomeadamente como director artístico da Albany Symphony Orquestra, tem merecido os maiores elogios.
Este concerto conta com o comentário de Catarina Molder, coordenadora do projecto educativo “Descobrir a Música na Gulbenkian”.
José Luís Figueira
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