Quinta, 22 de Novembro, 21.00

Sexta, 23 de Novembro, 19.00

Orquestra Gulbenkian

Lawrence Foster Maestro

Pinchas Zuckerman Viola

Amanda Forsyth Violoncelo

Hector Berlioz

Harold en Italie, op.16

Richard Strauss

Don Quixote, op.35

Apaixonante programa este em que instrumentos solistas – viola de arco e violoncelo, respectivamente – se assumirão como “vozes” de personagens literários: a viola representando Harold, herói criado por Byron, na sinfonia com viola solo Harold en Italie, escrita por Berlioz em 1834, com as recordações de uma permanência feliz em Itália; e o violoncelo como Don Quixote, na série de variações fantásticas com autoria de Richard Strauss, baseadas na obra de Cervantes. Nesta última obra, a viola também ajuda a caracterizar a figura de Sancho Pança. Um programa, portanto, que exigirá dos solistas capacidades técnicas e expressivas incomuns, tarefa que foi deixada a cargo de um casal de músicos mundialmente conhecido: o consagradíssimo Pinchas Zukerman e a sua mulher a violoncelista Amanda Forsyth.

Pinchas Zukerman, um dos mais conceituados instrumentistas do nosso tempo surgirá como violetista, mas é também, contudo, um notável violinista. É ainda maestro (costuma dizer que levou cerca de 15 anos a sentir-se confortável nessa função), pedagogo e um grande apaixonado pelo repertório de música de câmara. Tem cultivado este último domínio com Daniel Barenboim, Vladmir Ashkenazy, Itzhak Perlman, Ralph Kirshbaum, Yefim Bronfman, Lynn Harrell, Marc Neikrug, Jacqueline du Pré, entre outros. De algumas destas colaborações têm resultado notáveis registos discográficos.

Na sua já longa carreira internacional, Pinchas Zukerman apresenta-se regularmente com as mais importantes orquestras mundiais, tendo sido Director Musical de algumas formações, entre elas a Orquestra de Câmara de  Saint Paul. A sua extensa discografia contém mais de 100 títulos, e valeu-lhe já mais de vinte nomeações para Grammys. Venceu dois: "Melhor Interpretação de Música de Câmara" e "Melhor Interpretação de Música Clássica, como Solista Instrumental com Orquestra ". Criou em 2003 o Zukerman Chamber Players, agrupamento com que já efectuou inúmeros concertos em todo o mundo e com quem gravou algumas obras.

Amanda Forsyth, filha do compositor Malcolm Forsyth, nasceu na África do Sul e foi para o Canadá com dois anos apenas, iniciando aos três o estudo do violoncelo. Tornou-se mais tarde discípula de William Pleeth em Londres, e depois estudou com Harvey Shapiro em New York e com Lynn Harrell em Los Angeles. Depois de duas temporadas com a Orquestra Sinfónica de Toronto e de uma permanência de seis anos na Calgary Philharmonic Orchestra, foi nomeada violoncelista principal da National Arts Centre Orchestra, onde se tem apresentado como solista todas as temporadas. Forsyth é consideradada uma eminente recitalista, a solo ou em música de câmara, e apresenta-se regularmente com as mais importantes orquestras e nos mais reconhecidos festivais de todo o mundo.

O casal apresenta-se regularmente em conjunto, mas Amanda Forsyth também tem colaborado com outros artistas, como Lynn Harrell, Yo-Yo Ma, Garrick Ohlsson, Jon Kimura Parker, Yefim Bronfman, Joseph Kalichstein, Jaime Laredo, Arnold Steinhardt, Michael Tree ou Louis Lortie. Amanda Forsyth é ainda o violoncelista dos Zukerman Chamber Players, com quem efectua digressões mundiais desde a fundação do agrupamento.

É uma sólida divulgadora da música contemporânea e tem várias gravações em mercado, algumas delas com obras de seu pai a si dedicadas.

José Luís Figueira

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